Um dia como outro qualquer?

sábado, 27 de setembro de 2008



Hoje fui num workshop. Por mais incrível que pareça, valeu a pena acordar cedo em pleno sábado. O workshop foi bom, é sempre bom ver gente nova, diferente. E fazer o desenho da árvore e ouvir da psicóloga: " Estão literalmente podando você! Dá um basta, e mostra que seus frutos tem valor, faz a sua borboleta levantar vôo. Vira esse jogo." Ok. Ela disse para levar isso para todas as áreas da vida. Ela também disse que as pessoas, de modo geral tem dificuldades em falar não. Vamos lá.

Segui o conselho dela. À tarde fui no Gonzaga com a minha mãe. Tem milhares de pessoas distribuindo santinhos de candidatos. Eu sempre pegava e jogava no lixo, porque pensava " vou ajudar esta pessoa que distribui estes panfletos ridículos a voltar para casa cedo". Mas, o fato é que a cada esquina ter que pegar um papelzinho só para ajudar o próximo, é quase uma menstruação. Vou explicar: acontece periodicamente, (a cada quatro anos para ser mais precisa) é chato, incomoda muito e você não tem como evitar. O que fazer? Simples, dizer não. Ao me aproximar de uma destas pessoas, abri um largo e simpático sorriso e disse: NÃO. Obrigada!

Me deliciei com o efeito. A pessoa ficou em choque, e eu livre, leve e solta não fiquei procurando pela próxima lixeira, para me livrar de propaganda inútil e indesejada. Não pára por aí. Fui além...

Entrei no famoso varejo de Samuel Klein (vulgo Casas Bahia). Enquanto minha mãe estava no caixa, sentei-me em um sofá. No sofá ao lado uma menina muito irritante que fazia manha, enquanto o irmão dela, um garoto com uns dez anos repetia várias vezes, em tom brando, mas com uma expressão facial que demonstravam o quão inflado devia estar seu pequeno saco escrotal (traduzindo, o pobre menino estava de saco cheio da irmã mimada) : Laura fica quieta, senta direito...

Eu virei para ele calmamente e disse: "Ela é chata, né. " Ele só teve forças para balançar a cabeça positivamente. Tentei ficar na minha, mas depois de uns 5 minutos, aquela menina estava de encher o saco até de quem nasceu sem saco (euzinha). Virei minha cabeça calmamente, olhei profundamente para aquela menininha mimada e disse com voz plácida: Laura, fica quieta, senta aí e não enche mais a paciência do teu irmão. Ele é tão educado e você é tão chata com toda essa manha.

Sucesso total. Nada como saber como comunicar-se com maestria e ênfase no olhar. Não é que ela ficou quieta até a mãe deles voltar. Achei tudo de bom poder ler minha revista calmamente e em silêncio, enfim. E Pedro, irmão da dita menina, ficou muito grato por ter uns minutos de paz em sua vida. Porque escutar a voz de Laura 24 H por dia, deve ser quase um martírio, eu imagino. Não suportei 5 minutos.

Enfim, todos ficaram felizes. Laura foi embora quietinha e me olhando com cara de desconfiada (ohh, imagina como eu fiquei preocupada - ironia-), porém estava calada. O céu por alguns instantes. Não ajudei a pessoa dos panfletos a ir cedo para casa. Mas, dei uns minutinhos de folga para o Pedro. Não sou tão má assim, fiz minha boa ação do dia. E como gostei disso...


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