A família e os tomates

quarta-feira, 24 de novembro de 2010



Daí que nós temos uma horta. Na casa dos meus pais. Vou explicar.
Nossa casa fica em outro município e, algumas vezes, parecemos turistas nela. Por quê? Porque a casa dos meus pais é 5 minutos do meu trabalho (a pé) e 10 minutos do trabalho dele (de moto). E a nossa casa é aproximadamente 40a 50 minutos de nossos empregos. Meus pais nem gostam que fiquemos perto (imagina, filha única). Então, às vezes, dormimos em Santos, no meu antigo quarto. Deixamos meus pais felizes, economizamos gasolina e dormimos mais. Mesmo porque, ele vai começar um curso agora no fim do mês que vai até 16/12, data prevista para que fiquemos de vez em nossa sweet home.

Mas, e a horta, Natalie?

 Imagem: Corbis

São tomates. Não plantados assim bonitos, em pézinho em casa vaso. São vários em um grande vaso. Tudo começou assim: Um grande vaso vazio. Com terra improdutiva. Minha mãe tinha plantado por anos capim cidreira para chá e suco naquele vaso. A planta (ou melhor a moita)  morreu depois de alguns anos. E o vaso ficou ali, apenas com terra seca e sem vida. Eu encontrei um pacote de torta de mamona que minha avó tinha comprado para uma antiga planta ornamental quase cheio. Meu marido (na época, estávamos noivos) resolveu adubar a terra com aquela vitamina. Muita água ( muita mesmo) e a dose indicada na embalagem. Mexemos com uma colher de pedreiro. Um lama sem fim. A embalagem dizia que a terra estaria pronta para plantio depois de 15 a 20 dias. Esperamos. Ninguém acreditava que aquela lama poderia produzir alguma coisa e mais pai repetia isso todos os dias. Só nós dois acreditávamos no potencial daquela terra.
Um belo dia, passado o tempo de descanso da terra, enquanto eu fazia a salada que comeríamos no almoço, falei sobre um pé de tomate que nasceu no quintal da antiga casa em que morei na infância. Isso foi o suficiente para que o Paulo pegasse as sementes do tomate que eu estava preparando e plantasse naquele vaso. O tempo passou, os tomateiros nasceram, estão crescendo, eu já posso sentir aquele cheiro encantador que emana das suas folhas (eu sou apaixonada pelo cheiro do tomateiros, algo inexplicável, eu sei. Gosto e pronto.) e não vejo a hora de ver as folhas e os frutos.
Meus pais super se envolveram depois que viram os pés crescidos. Virou tipo um projeto de " horta familiar". Meu pai fiscaliza o vaso todo dia e arranca as ervas daninhas. E minha mãe me ligou agora há pouco dizendo para pesquisar sobre defensivos orgânicos. Segundo ela, melhor prevenir do que remediar.
Pois é, ninguém presta atenção como gestos tão simples e aparentemente bobos pode criar e estreitar os laços familiares, né. Acredite no potencial das plantas para unir sua família. Pelo menos com a minha família deu certo. Mas, veja bem. não aconselho plantar tomates, para não viver entra tapas e beijos (não resisto a um trocadilho, gente, alguém tem a cura para isso?).

Ps.: Como sempre tem alguém que não entende a piada a gente explica, né. Nem todo mundo nasceu nos anos 80 ou tem memória boa. "Entre tapas e beijos" é uma das músicas mais famosas da dupla Leandro e Leonardo. Antes do estrelato eles eram lavradores e trabalham em plantações de tomate, saca? E antes que você diga que eu curto um sertanejo, NOT. Apenas tenho boa memória. Detesto Xuxa como apresentadora, cantora, mas óh foi ícone nos anos 80, quase imbatível em audiência na apresentação de programas infantis. Fazer o que se minha memória não é lá muito seletiva.


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1 telhas:

Afrodite disse...

kkkkkkk!
Adorei a história!
E sobre os tomates e tapas e beijos,sou da mesma época que vc,lembro bem!
Já sobre a Xuxa,a gente tinha escolha???
Note que a novela Vale tudo(em reprise pelo Viva) mostrou que a Lília Cabral foi inspirada nela!Pra ver como era,ném...
Adorei teu blog!
Tô seguindo!
Beijo!

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