Como no xadrez

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010



Ultimamente, muitas coisas tem sinalizado que minha rotina em pouco tempo pode mudar bastante. E não estou falando de casamento. Falo sobre trabalho.Consigo até comparar a empresa com um tabuleiro de xadrez. O rei é o dono da empresa. Ele se movimenta para todos os lados, mas não decide nada sem sua rainha. A rainha, embora não seja a peça mais importante, tem o seu destaque. E como se movimenta, viu. Quando ela se move, metade do tabuleiro estremece. Os gerentes são os bispos. Tem uma certa mobilidade controlada e estão muito próximos à realeza. Protegem a realeza em certos momentos, e em outros, são protegidos por ela. Os funcionários mais antigos são os cavalos. Fazem de conta que carregam uma grande carga, mas de L em L, escapam de suas atribuições, e empurram o seu trabalho e a maioria dos problemas para os mais jovens resolverem. Os intrutores são as torres. Podem se movimentar muito mais que os peões, e são fundamentais para a prestação de serviços. Sem eles, a cadeia desmoronaria. E os funcionários mais jovens são os peões. Nenhum benefício, muitas tarefas, mobilidade extremamente controlada.Rá, eu estou entre eles: os peões. Os peões somos nós, os funcionários mais novos na empresa. Temos que aprender tudo. Aprendemos. Sabemos como resolver problemas, sabemos comandos e procedimentos que os antigos (cavalos e bispos) nem sequer se importam em aprender. Intermediamos a relação entre os consumidores e as torres (instrutores), quando marcamos e desmarcamos aulas, exames. Ouvimos todo o tipo de reclamação sempre com um sorriso. Nos preocupamos em dar o nosso melhor e fazer o nosso melhor para a empresa. Ainda assim, nosso salário é notoriamente menor. Não temos feedback de espécie alguma. Não falamos apenas de dinheiro, não queremos apenas retorno finaceiro. Queremos reconhecimento.Pois outros recebem o mérito por tudo o que realizamos. Nos dedicamos, nos esforçamos e nada. enquanto outros que fazem nada, recebem louros, méritos, folgas e reconhecimento financeiro que não merecem. Sabbem aquela história do abacaxi? Nesta empresa ela é invertida. Nós, os "Jucas", que ao nos reportamos ao diretor da empresa apresentamos o problema e, em seguida,  a solução, recebemos salário de João. E os "Joões", que apenas  falam o preço do abacaxi, apresentam um problema ao superior e meneiam suas cabeças, sem ter uma solução, recebem salário de Juca.
OK. Vamos para a segunda parte da história. Estou na empresa há 4 anos. As únicas funções que não desempenhei foram: faxineira, diretora, instrutora. Já fui estagiária, atendimento ao cliente, vendedora, departamento pessoal, departamento financeiro. Já treinei funcionários novos, organizei reuniões, autorizei compra de suprimentos, realizei ações de comunicação interna. Já reguei até as plantas.Trabalho como Juca e recebo salário de João. Talvez pelo fato de querer ser honesta demais, ser eficiente demais, por não empurrar meu trabalho para os outros. Pois, isto é tudo que eu vejo os tão eficientes funcionários antigos fazendo. Se, mudar rotina mudar como realmente eu prevejo, não vou lamentar. Vou sorrir. Porque toda mudança é proveitosa. E essa talvez, seja extremamente proveitosa para mim. Uma nova rota a traçar. Um desafio. Preciso de algo desafiador para me motivar.



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